BOB

um Bob
nada esnobe
que acolhe
todas as palavras
as doces
e ácidas
as cruéis
e as bondosas
um Bob
que caí
que prende
que solta
e se arrepende
um Bob
aberto esperto
para surpreender
um novelo
uma novela
um Bob
bobo
que acredita em promessas de amor
e ideais revolucionários
um Bob
otário
que se desdobra
em seu mundo imaginário
um Bob Dylan
armadilha
cilada
escapada
ardil de palavras
longas letras
para seduzir todos os sons
e permitir tantos desvios
um Bob
na Túnel do tempo.
no grito
no atrito
nas ondas
no sussurro
na voz fanhosa
no sonho
contra o mundo enfadonho
um Bob
esquecido na fronha
e outro
flutuando
pela janela

Carlos R, Gutierrez