POESÓ
TUDO PODE VIRAR PÓ
OU
POEMA
OU
POEMA
sexta-feira, 24 de maio de 2019
Dois Cortados e a Conta
Para ler ao som de “One more cup of coffee“, de Bob Dylan
Por Paula Taitelbaum*
A garota moída de véspera aguarda mais um grão de amor expresso. O professor amargo tenta manter-se acordado sobre o jornal pingado na penumbra de um canto. A garçonete passada queima seu dedo na lágrima fervente da máquina estilo locomotiva à vapor. A senhora fraca deixa um pouco do seu batom na xícara branca de louça barata.
A secretária doce percebe o resto de ai que cai de uma boca espumante. O executivo frio sente o líquido escuro escorrendo por suas veias abertas. A vendedora vazia oferece seu corpo de bandeja enquanto derrama um tanto de suas lamentações. O ator aguado sente a fumaça entrar por suas narinas até experimentar a última gota de fala decorada.
O aposentado leitoso faz tremer o pires gasto que um dia foi do gato. A estudante descafeinada levanta a mão num pedido mirrado e distante. O homem aromatizado finge não prestar atenção na mulher que lambe o dedo lambuzado de chantilly. O poeta denso ignora dois dedos de prosa e rabisca versos imaginários num guardanapo estampado de rodelas marrons.
A moça extra-forte adoça o olhar mexendo suas ideias em movimentos circulares. O desempregado duplo deixa escorrer o resto da auto-estima goela abaixo. A amiga pela metade pensa que as relações não passam de uma meia-taça. A viúva pura assopra suas lembranças para sorvê-las em um grande gole.
O garçom torrado abraça a vassoura por trás do balcão descascado. A filha embebida em restrições pede à mãe uma porção de sonhos frescos. A adolescente encorpada aperta as coxas quentes querendo servir um sanduíche de si mesma. O músico solúvel em críticas esconde as olheiras por trás dos óculos de lentes mal dormidas.
O casal morno alimenta-se de silêncio mastigando um pão adormecido. A esposa granulada acaricia a baguette num requentado pedido de perdão. A velha triturada estende a mão suplicando uma migalha de atenção. A virgem amanteigada deixa sua calda escorrer sem que ninguém perceba onde ela vai parar.
O desquitado italiano hesita antes de pedir um bem-casado. O turista orgânico sorve um sabor estranho enquanto tenta entender a língua que o cerca. A amante cremosa procura o bilhete da sorte entre os restos da mesa ao lado. O garoto cigano de cabelos encaracolados e brinco de ouro lê a sorte na borra decantada antes de partir para o vale lá embaixo.
É uma manhã como outra qualquer no Dylan’s Café.
* Paula Taitelbaum é escritora, autora de Ménage à Trois; Porno Pop Pocket; Palavra vai, palavra vem e coordenadora do Núcleo de Comunicação L&PM.
Para comemorar seu aniversário, (re)publicamos aqui um texto em sua homenagem que também tem tudo a ver com o dia de hoje, já que 24 de maio é o Dia Nacional do Café.
Blue Velvet
eu adoro o que ela ilustra:
todo o céu
que se acomoda em seu vestido
e ainda se reparte em luvas
como doces cachos de uvas
ou o raro agáve sangue de tequila
que compartilha a sua pele cereja
pelos decotes em singelos recortes
que absolvem desejos...
eu adoro tudo o que ela ilustra
e não frustra nenhum sonho de todos os sentidos....
há essa magia...
esse sol que rodopia em volta do microfone...
posso ouví-la mesmo no mais completo silêncio...
em seu colar vejo as teclas de um piano intenso...
em seus cabelos uma parte da silhueta de um baixo acústico
e em sua face inclinada ao sabor da música
faz girar o salão dos sentidos...
toda a coreografia que possa ser cabal e cabível
em um cenário azul e pretensamente infinito
todo o céu
que se acomoda em seu vestido
e ainda se reparte em luvas
como doces cachos de uvas
ou o raro agáve sangue de tequila
que compartilha a sua pele cereja
pelos decotes em singelos recortes
que absolvem desejos...
eu adoro tudo o que ela ilustra
e não frustra nenhum sonho de todos os sentidos....
há essa magia...
esse sol que rodopia em volta do microfone...
posso ouví-la mesmo no mais completo silêncio...
em seu colar vejo as teclas de um piano intenso...
em seus cabelos uma parte da silhueta de um baixo acústico
e em sua face inclinada ao sabor da música
faz girar o salão dos sentidos...
toda a coreografia que possa ser cabal e cabível
em um cenário azul e pretensamente infinito
Carlos Roberto Gutierrez
ilustração de Lima Junior
Sensações
tanto tempo...
escondido
escondendo
na escolta
de medos e segredos
no conter
cointainer
coração preso
na ilusão de escapar ileso
de suportar todo o peso
que o vazio produz
tanto tempo...
protelando
tolamente pensando
estar se protegendo
no flagelo das horas
esconderijo
no vulnerável beco
e os dedos dos pés feridos
espremidos dentro das botas
tanto tempo...
prá que ue aprendesse
e valorizasse o prazer da aventura
não suporto usar meias
nem de tecidos e verdades
quero refrescar os meus pensamentos
e os meus dedos
em líquidos afagos
de um riacho ou de um lago
Carlos Roberto Gutierrez
escondido
escondendo
na escolta
de medos e segredos
no conter
cointainer
coração preso
na ilusão de escapar ileso
de suportar todo o peso
que o vazio produz
tanto tempo...
protelando
tolamente pensando
estar se protegendo
no flagelo das horas
esconderijo
no vulnerável beco
e os dedos dos pés feridos
espremidos dentro das botas
tanto tempo...
prá que ue aprendesse
e valorizasse o prazer da aventura
não suporto usar meias
nem de tecidos e verdades
quero refrescar os meus pensamentos
e os meus dedos
em líquidos afagos
de um riacho ou de um lago
Carlos Roberto Gutierrez
Vem Meu Bem
Vem!
Chega mais!
em minha tempestade
Vem!
de alguma nuvem
que ainda não chora
com aquele guarda chuva
esquecido fora de hora
o dia já está tão escuro
o tempo está assustador
os raios riscam o céu
como espadas flutuantes
lâminas conflitantes
enquanto a chuva intermitente
enchagua as ruas
formam poças espelhos
entopem os bueiros
e deixa vulneráveis todos os pisos
naturais e impermeáveis
Vem! venha como um raio fatal
nesse todo temporal
enxugar o meu corpo
os meus olhos encharcados
Vem me proteger
com o seu guarda chuva invocado
a sua capa de nylon
e galochas sobressalentes
e a sua lanterna interior
Vem! me seduz
seja a minha luz
que reduz a tempestade
Chega mais!
em minha tempestade
Vem!
de alguma nuvem
que ainda não chora
com aquele guarda chuva
esquecido fora de hora
o dia já está tão escuro
o tempo está assustador
os raios riscam o céu
como espadas flutuantes
lâminas conflitantes
enquanto a chuva intermitente
enchagua as ruas
formam poças espelhos
entopem os bueiros
e deixa vulneráveis todos os pisos
naturais e impermeáveis
Vem! venha como um raio fatal
nesse todo temporal
enxugar o meu corpo
os meus olhos encharcados
Vem me proteger
com o seu guarda chuva invocado
a sua capa de nylon
e galochas sobressalentes
e a sua lanterna interior
Vem! me seduz
seja a minha luz
que reduz a tempestade
Carlos Roberto Gutierrez
quinta-feira, 23 de maio de 2019
Chet
um olhar compenetrado
é ao mesmo tempo
concentrado e distraído
metas metais
sonhos sustenidos
um Chet
um chat
sem programar
saudades da camiseta branca e básica
ainda tenho cabelos negros
e topete para improvisos
versos em silêncio
que você ainda não leu
não sabe
e não cabe em uma só melodia
go back
Chet Backer
comprei essa semana
uma escrivaninha européia
um desejo antigo
ainda amo os meus livros
e sinto sempre a sua saudade
deixo do lado
da minha bola de futebol americano
o seu retrato
um sorriso que se expande
e quebra o meu triste semblante
o trompete dourado
você é a minha Funny Valentine
o relógio analógico
ainda cabe em meu pulso
e não o expulso
no impulso de lhe reencontrar
é ao mesmo tempo
concentrado e distraído
metas metais
sonhos sustenidos
um Chet
um chat
sem programar
saudades da camiseta branca e básica
ainda tenho cabelos negros
e topete para improvisos
versos em silêncio
que você ainda não leu
não sabe
e não cabe em uma só melodia
go back
Chet Backer
comprei essa semana
uma escrivaninha européia
um desejo antigo
ainda amo os meus livros
e sinto sempre a sua saudade
deixo do lado
da minha bola de futebol americano
o seu retrato
um sorriso que se expande
e quebra o meu triste semblante
o trompete dourado
você é a minha Funny Valentine
o relógio analógico
ainda cabe em meu pulso
e não o expulso
no impulso de lhe reencontrar
Carlos Roberto Gutierrez
one look pervaded
is simultaneously
concentrated and distracted
metal targets
sharps dreams
one Chet
chat
without programming
miss white shirt and basic
I still have black hair
and tuft for improvisation
verses in silence
you have not read
do not know
and does not fit into one melody
go back
Chet Baker
bought this week
a European desk
an old desire
still love my books
and always feel your longing
I leave the side
of my American football
his portrait
a smile that expands
and breaks my sad countenance
golden trumpet
you are my Funny Valentine
analog clock
still fits on my wrist
and not expelled
the urge to rediscover his
no note is lost
it dilutes the air
but can return
melody
one look pervaded
is simultaneously
concentrated and distracted
metal targets
sharps dreams
one Chet
chat
without programming
miss white shirt and basic
I still have black hair
and tuft for improvisation
verses in silence
you have not read
do not know
and does not fit into one melody
go back
Chet Baker
bought this week
a European desk
an old desire
still love my books
and always feel your longing
I leave the side
of my American football
his portrait
a smile that expands
and breaks my sad countenance
golden trumpet
you are my Funny Valentine
analog clock
still fits on my wrist
and not expelled
the urge to rediscover his
no note is lost
it dilutes the air
but can return
melody
quarta-feira, 22 de maio de 2019
Algo em Comum
QUANDO VOCÊ VEM EM VERSOS
E EU VOLTO POESIA
QUANDO EU ESCULPO A SUA FACE
NA COREOGRAFIA DE UM SONHO
QUANDO EU OUÇO UMA MÚSICA
E ME ABANDONO EM TODA A SUA SAUDADE
QUANDO EU ME REBELO EM UM ROCK
E ENCONTRO A PAZ DO SEU JAZZ
OU VICE VERSA
TEMOS ALGO EM COMUM
QUANDO VOCÊ CONVERSA EU SILENCIO
TEMOS ALCOOL EM COMUM
QUANDO VOCÊ É LICOR EU SOU CONHAQUE
PARA SENTIR ME FORTE DENTRO DESSA PAIXÃO
QUANDO VOCÊ É A ESPUMA DA CERVEJA
QUE TRANSBORDA POR TODA A BORDA
EU SOU UM ESPUMANTE DE AINDA UM TÍMIDO DESEJO
TEMOS ALGO EM COMUM
O VELADO TEMOR
AQUELE RUMOR
QUE BEBE TODA A DOR
NA RESSACA DAS HORAS
NAS PEDRAS DE GELO
QUE OLHAM COM MEDO
O ESPELHO DE UMA LAREIRA
TEMOS ALGO EM COMUM
TALVEZ MAIS QUE UM
TEMOS AFINIDADES
SÓ NOSSAS SAUDADES SABEM
Carlos Roberto Gutierrez
segunda-feira, 20 de maio de 2019
ÁRVORE
TANTOS BRAÇOS
ESTICADOS
DELICADOS
FRÁGEIS GALHOS
DELGADOS
TANTOS DEDOS
SEM MEDOS
ESTENDIDOS
QUASE DESPROTEGIDOS
DE UNHAS FOLHAS
QUE PROCURAM
TOCAR O CÉU
AS FRUTAS NUVENS
ENQUANTO O TRONCO
AS SEGURAM
E MOSTRA A CASCA PELE
AS VEIAS GRANULADAS
INTERCEPTADAS
PELA SECURA
O SANGUE SEIVA
QUE SUGA
O CORPO MADEIRA
E A FLORA ALMA
ESTICADOS
DELICADOS
FRÁGEIS GALHOS
DELGADOS
TANTOS DEDOS
SEM MEDOS
ESTENDIDOS
QUASE DESPROTEGIDOS
DE UNHAS FOLHAS
QUE PROCURAM
TOCAR O CÉU
AS FRUTAS NUVENS
ENQUANTO O TRONCO
AS SEGURAM
E MOSTRA A CASCA PELE
AS VEIAS GRANULADAS
INTERCEPTADAS
PELA SECURA
O SANGUE SEIVA
QUE SUGA
O CORPO MADEIRA
E A FLORA ALMA
Carlos Roberto Gutierrez
segunda-feira, 13 de maio de 2019
Reler Liev Tolstói
Reler Liev Tolstói: Por Luciano Lamberti Como resenhar um clássico, um livro que se lê com “prévio fervor” e que a história da literatura já julgo...
sexta-feira, 10 de maio de 2019
Jornada
jornada é tudo
a fornada para o pão
a maturação de cada grão
o destilar o apurar de cada ato
a labuta por mais que bruta
e que vire arte e se comparte
a jornada é tudo
o rolar do barril
mesmo sobre o piso mais hostil
na lei seca na mira dos tiras
e ganância dos gangsters
nos venenos em que ele possa se misturar
e ser cruelmente adulterado
mas a jornada é tudo
é o dedicar -se o abdicar-se
o esperar sem se desesperar
a jornada é tudo
mesmo que a chegada não leve a nada
a fornada para o pão
a maturação de cada grão
o destilar o apurar de cada ato
a labuta por mais que bruta
e que vire arte e se comparte
a jornada é tudo
o rolar do barril
mesmo sobre o piso mais hostil
na lei seca na mira dos tiras
e ganância dos gangsters
nos venenos em que ele possa se misturar
e ser cruelmente adulterado
mas a jornada é tudo
é o dedicar -se o abdicar-se
o esperar sem se desesperar
a jornada é tudo
mesmo que a chegada não leve a nada
Carlos Roberto Gutierrez
O Amor é um Jogo
O Amor é um jogo
um jogo de palavras e afetos
camuflados ou manifestos
mas é sempre um jogo
com toda a adrenalina que merece
com todo o entusiasmo
que se pode ter
antes de girar a roleta
o destino
com toda a euforia
que possa ferver o sangue
estremecer todo o corpo
quando se realiza
ou com toda a desolação
e tolas lamúrias
quando se perde
O amor é sempre um jogo
de promessas
de carícias
de carências
a auto transparência
que não podemos evitar
um jogo de palavras e afetos
camuflados ou manifestos
mas é sempre um jogo
com toda a adrenalina que merece
com todo o entusiasmo
que se pode ter
antes de girar a roleta
o destino
com toda a euforia
que possa ferver o sangue
estremecer todo o corpo
quando se realiza
ou com toda a desolação
e tolas lamúrias
quando se perde
O amor é sempre um jogo
de promessas
de carícias
de carências
a auto transparência
que não podemos evitar
Carlos Roberto Gutierrez
Diz me Gillespie
Diz-me Gillespie!
quando serei Chet Baker
para aquecer a fria solidão
e ser cool na fuzzion paixão.
Diz-me Gillespie!
o que um trompete oferece
além do beijo metálico
do sopro que testa o fôlego
e as notas melancólicas
que prosperam em sons.
Diz-me Gillespie!
Billie Holyday outra vez
Milles Davis eu tentei entender
porque a noite encanta mais que o dia
e a lua surrupia o esplendor do sol
Jazz faz tempo que eu Armstrong
e Ella Fitzgerald não me responde...
não faz mal o jazz sempre evolui
hoje eu só quero Diana Krall!
Carlos Roberto Gutierrez
Sophia
[Lançamento] No ano do centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen, a primeira biografia da poeta portuguesa
O livro é da jornalista Isabel Nery. A autora percorreu lugares e pessoas que fizeram parte da história de Sophia, como o Porto, a Grécia, Lagos, ou entrevistando mais de 60 pessoas, do pescador José Muchacho, ao amigo Manuel Alegre, e ao ensaísta Eduardo Lourenço, passando por companheiros das letras e da política. Só assim foi possível completar a biografia que faltava sobre a primeira portuguesa a receber o Prêmio Camões e a única mulher escritora com honras de Panteão Nacional.
quinta-feira, 9 de maio de 2019
Caminho
Entre pétalas e espinhos
folhagens
camuflagens
imagens que se formam
aparecem e fogem
forja-se o caminho
Piano Bar
Um bom lugar
prá se amar
prá destilar
e em sonhos se enveredar
um piano bar
entre taças e teclas
deixar a melodia
os timbres e toques etílicos
nos guiar
InQuIeTuDe
Inquietude
lembra juventude
em tudo que ela consolida
em tudo que ela ilude
como pude
perder tanto tempo
não ter a virtude
de selecionar
destilar
a amplitude
de viver
quarta-feira, 8 de maio de 2019
terça-feira, 7 de maio de 2019
Tabata
Tabata Amaral
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tabata_Amaral
Conquistas e Premiações[editar | editar código-fonte]
- Menção honrosa em 2010 e medalha de bronze em 2011 na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica(IOAA)[44]
- Medalha de ouro em 2011 na Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA)[45]
- Medalha de ouro em 2011 na Olimpíada Ibero-Americana de Química (OIAQ)
- Medalha de bronze em 2011 na Olimpíada Internacional de Química (IChO)
- Aprovada em seis das mais importantes universidades do mundo: Universidade de Columbia, Universidade de Pensilvânia, Caltech, Universidade Yale, Universidade Princeton e Universidade Harvard[46][47][48]
- Lemann Fellow da Fundação Lemann[49][13][50]
- Graduou-se com honras máximas em Governo e Astrofísica em Harvard, onde foi bolsista integral[51]
- Recebeu o Prêmio Kenneth Maxwell por sua tese em Harvard;[21]
- Recebeu o Prêmio Eric Firth para melhor ensaio sobre tema de ideias democráticos[21]
- Recebeu o Prêmio Faz Diferença, do jornal O Globo[52]
- Reconhecida com o Prêmio Next Generation Women Leader Awards, concedido pela consultoria McKinsey;[carece de fontes]
- Considerada Gente que Faz, pela revista Glamour;[53]
- Foi indicada ao Prêmio Claudia[54]
- Aprovada no programa Jovem RAPS (Rede de Ação Política por um Brasil Sustentável)[55]
- Aprovada no programa RenovaBR de lideranças políticas jovens[56
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tabata_Amaral
sexta-feira, 3 de maio de 2019
Fruta do Conde
FRUTA DO CONDE
EXÓTICA
Compartilho
cada negra semente
de uma fruta do conde
para quem me responda
como uma fruta pode ter tantos olhos
por dentro
cada qual revestido com uma alva membrana
será por medo de quem a corte ao meio
ou de descobrir a sua casca
e saber-se tão exótica
fruta gótica
e tão rara
o que a difere das outras
os seus relevos
o seu sabor
as suas armas
contra quem a devora
mas não quer engolir
o coração semente
exótica
caótica
para quem tem pressa
de apetecer os seus desejos
a fruta do conde
que se esconde no verde
EXÓTICA
Compartilho
cada negra semente
de uma fruta do conde
para quem me responda
como uma fruta pode ter tantos olhos
por dentro
cada qual revestido com uma alva membrana
será por medo de quem a corte ao meio
ou de descobrir a sua casca
e saber-se tão exótica
fruta gótica
e tão rara
o que a difere das outras
os seus relevos
o seu sabor
as suas armas
contra quem a devora
mas não quer engolir
o coração semente
exótica
caótica
para quem tem pressa
de apetecer os seus desejos
a fruta do conde
que se esconde no verde
Carlos Roberto Gutierrez
quinta-feira, 2 de maio de 2019
Cult
Leia na CULT de Maio:
DOSSIÊ
Walter Benjamin, cultura e crítica em tempos de novas barbáries
ENTREVISTA
Recém-empossado na Academia Brasileira de Letras, Ignácio de Loyola Brandão fala, aos 82 anos, das bombas incendiárias que lançou com seus livros
INÉDITO
"A poesia não é um luxo", de Audre Lorde, texto que integra o primeiro livro da poeta, escritora e ativista publicado no Brasil
REPORTAGEM
A presença do racismo nos relacionamentos afetivo-sexuais inter-raciais
LIVROS
- Eduardo Reina, Michel Foucault, Maria Valéria Rezende, Freud, Pasolini, Madeline Miller e outros lançamentos
- Uma seção especial para as novidades voltadas ao público infanto-juvenil
+ Colunas de Bianca Santana, Marcia Tiburi e Wilson Gomes
Compre agora: https://www.cultloja.com.br/produto/cult-245-walter-benjamin/
Assine a CULT: https://www.cultloja.com.br/categoria-produto/revista-cult/assinatura/
Chuva
chuva
que vem de repente
lágrimas geladas do céu
imprevisível
Blubell
que nos pega
quase desprevenidos
ainda com névoas nos olhos
de um sonho não esclarecido
com a pele ressecada
que tenta esticar o dia
para fazer tudo o que gosta
chuva
que vem em boa hora
para despertar o guarda chuva
e refrescar a memória
para relembrar a cena de Gene Kelly
abraçado ao poste
com a sua alegria refletida em uma poça
cantando "Singing in The Rain"
Chuva
chuvisca
sem pisca-pisca
líquida isca
para nos despertar outra vez
que vem de repente
lágrimas geladas do céu
imprevisível
Blubell
que nos pega
quase desprevenidos
ainda com névoas nos olhos
de um sonho não esclarecido
com a pele ressecada
que tenta esticar o dia
para fazer tudo o que gosta
chuva
que vem em boa hora
para despertar o guarda chuva
e refrescar a memória
para relembrar a cena de Gene Kelly
abraçado ao poste
com a sua alegria refletida em uma poça
cantando "Singing in The Rain"
Chuva
chuvisca
sem pisca-pisca
líquida isca
para nos despertar outra vez
Carlos Roberto Gutierrez
Assinar:
Postagens (Atom)