POESÓ

TUDO PODE VIRAR PÓ
OU
POEMA





















sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Obvious

foto de obvious.
Este é um dos poemas desenhados de Caio Castelo, um dos nossos finalistas, no RADAR! Se você também é original e criativo, inscreva-se aqui http://ow.ly/nXCdZ e mostre a todos o seu talento! Não deixe de participar!!

Sabine Weiss

foto de Revista Trip.
São Paulo recebe exposição gratuita da fotógrafa suíça naturalizada francesa Sabine Weiss, que aos 90 anos continua a dedicar seu tempo registrando a poesia que encontra ao caminhar nas ruas todos os dias http://ow.ly/oawe9
 

Chaplin

foto de Un Instant d'Eternité.
Le jour où je me suis aimé pour de vrai, j’ai compris qu’en toutes circonstances, j’étais moi-même, à la bonne place, au bon moment. Et alors j’ai pu m’apaiser.
Aujourd’hui je sais que ça s’appelle…
Estime de soi.

Le jour où je me suis aimé pour de vrai, j’ai pu percevoir que mon anxiété et ma souffrance émotionnelle n’étaient rien d’autre qu’un signal, qui m’indiquait que j’allais à l’encontre de moi-même et de mes convictions.
Aujourd’hui je sais que ça s’appelle…
Authenticité.

Le jour où je me suis aimé pour de vrai, j’ai cessé de vouloir une autre vie que la mienne, et j’ai commencé à voir que tout ce qui m’arrive contribue à ma croissance personnelle.
Aujourd’hui je sais que ça s’appelle…
Maturité.

Le jour où je me suis aimé pour de vrai, j’ai commencé à percevoir l’abus et la manipulation dans le fait de forcer une situation ou une personne, dans le seul but d’obtenir ce que je veux, sachant très bien que ni la personne ni moi-même ne sommes prêts et que ce n’est pas le moment…
Aujourd’hui je sais que ça s’appelle…
Respect.

Le jour où je me suis aimé pour de vrai, j’ai commencé à me libérer de tout ce qui ne m’était pas salutaire… Personnes, situations, tout ce qui diminuait mon énergie et sapait mon moral. Au début, ma raison appelait ça de l’égoïsme.
Aujourd’hui je sais que ça s’appelle…
Dignité.

Le jour où je me suis aimé pour de vrai, j’ai cessé d’avoir peur de mes temps libres et j’ai arrêté de faire de grands plans, j’ai abandonné mes projets pharaoniques. Aujourd’hui, je fais ce que je peux, ce que j’aime, quand ça me plaît, et à mon rythme.
Aujourd’hui je sais que ça s’appelle…
Simplicité.

Le jour où je me suis aimé pour de vrai, j’ai cessé de chercher à toujours avoir raison, et me suis rendu compte que je m’étais souvent trompé.
Aujourd’hui je sais que ça s’appelle…
Humilité.

Le jour où je me suis aimé pour de vrai, j’ai cessé de revivre le passé et de me préoccuper de l’avenir. Aujourd’hui je vis au présent, là où toute la vie se passe. Aujourd’hui, je vis une seule journée à la fois.
Aujourd’hui je sais que ça s’appelle…
Plénitude.

Le jour où je me suis aimé pour de vrai, j’ai compris que ma tête pouvait me décevoir et me tromper. Mais si je la mets au service de mon coeur, elle devient une alliée très précieuse.
Aujourd’hui je sais que tout ceci s’appelle…
Savoir Vivre !
_____Charlie Chaplin_____
 
 
 
 

JOÃO RIBEIRO DE BARROS

foto de Jaú Capital Do Calçado.
LINK DO GRUPO: “HOMENAGEM A JOÃO RIBEIRO DE BARROS, JAUENSE, HERÓI NACIONAL!

https://www.facebook.com/groups/246650575354737/permalink/633024723383985/

O MUNICÍPIO DE JAÚ, LOCALIZADO NO ESTADO DE SÃO PAULO, TEM EM “JOÃO RIBEIRO DE BARROS” O SÍMBOLO DO SEU MAIOR ORGULHO. ELE É CONSIDERADO UM HERÓI NACIONAL POR TER ATRAVESSADO EM 1927 O ATLÂNTICO SUL ABORDO DO HIDROAVIÃO “JAHU”, ENTRANDO PARA A HISTÓRIA DA AVIAÇÃO MUNDIAL.
ENTRETANTO, PARA QUE CONSEGUISSE EFETUAR SEU ÊXITO ENFRENTOU UMA SÉRIE DE PERCALÇOS. DE ACORDO COM LEVORATO (2003), O EX-AVIADOR JAUENSE JOÃO RIBEIRO DE BARROS NASCEU EM 4 DE ABRIL DE 1900 E ERA NETO DO CAPITÃO JOSÉ RIBEIRO DE CAMARGO, UM DOS FUNDADORES DA CIDADE. RIBEIRO DE BARROS INICIA SEUS ESTUDOS PRELIMINARES NO ATHENEU JAUENSE E OS SECUNDÁRIOS NO INSTITUTO DE CIÊNCIAS E LETRAS DE SÃO PAULO.
 
 
 

ELLA FITZGERALD - WAVE - TOM JOBIM

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Baby Blue

Baby Blue

que tudo se torne azul em nossas vidas
Que o céu acolha nossas lágrimas e sorrisos
que as lágrimas se tornem gotas de chuva
para manter os solos sempre profícuos
e os sorrisos sejam estrelas brilhando
e refletindo o seu brilho aqui em baixo
enquanto contemplamos mais um dia vivido
Baby Blue
que a sua jaqueta azul
tenha sempre um bolso vago
para eu colocar um poema
e que o seu jeans
que cada vez fica mais lindo
atravesse o meu caminho
com o fascínio de uma inédita paisagem
Baby Blue
azule a chama dourada e vermelha
que me queima por dentro
segure o vento da minha impaciência
Derrame do bule
um generoso café na xícara de porcelana
e me acompanha...
nesse novo dia
que principia e que pretendo ver e sentir
mais azul ainda!


C.R.G

PÔ AMAR É IMPORTANTE!

foto de Maria Beraldo Bastos.
Olá queridos amigos

Vou tocar com o Arrigo Barnabe esse fim de semana e gostaria de convidá-los.

Estamos apresentando desde março um trabalho novo do Arrigo, só com músicas do Hermelino Neder (compositor da turma da Vanguarda Paulista que tem canções muito interessantes, eu adoro!). A banda que o acompanha é formada pela Mariá Portugal na bateria, Monica Agena na guitarra, Ana Karina Sebastião no baixo e eu na clarineta, e todas cantamos.

O nome do show é "Pô, Amar é Importante!", e estaremos sexta e sábado na Casa de Francisca, às 22h30.

Segue o flyer.
 
 
 

Bob Wolfenson

link via Cosac Naify.

POEM

link.

sábado, 17 de agosto de 2013

OUSADIA

foto de Poemática.
OUSO
DIZER QUE LHE AMO
E A CHAMO SEMPRE EM MEUS SONHOS
FACE FLOR
COM AS SUAS MIL PÉTALAS DE ENCANTO
OUSO NO TEMPO BORBOLETA
QUE ME RESTA
FAZER UMA SERESTA EM SILENCIO
APENAS COM O BATER DAS ASAS
OUSO UM POUSO
QUE RESVALE AS SUAS PÉTALAS
E POSSA SENTIR O SEU PERFUME
OUSO UM POUSO
EM SUA FACE JARDIM
ENTRE OS LAGOS DOURADOS
DOS SEUS OLHOS
QUE ADIARAM O MEU FIM
 
 
Carlos Gutierrez
 
 
poema em forma de pouso
 
 

Adriana Calcanhotto - Senhas [Full Album]

HORTA CASEIRA

foto de Catraca Livre.
Curso online ensina a fazer uma simpática horta caseira http://bit.ly/14lq7B5
 
 
 

TRANSBORDAR

foto de Abed drawings.
PORQUE TUDO EM MIM TRANSBORDA
FERVILHA ATÉ SUPERAR AS BORDAS
BOLHAS QUE ESCAPAM DAS ROLHAS
FOLHAS QUE FOGEM DAS ÁRVORES
E TRAFEGAM AO SABOR DOS VENTOS
ATÉ POUSAREM NO SOLO
E ASSOLADAS PELAS SOLAS DE CALÇADOS
PORQUE TUDO EM MIM TRANSBORDA
SE PROCURO INSISTENTEMENTE NOVAS PALAVRAS
PARA TRADUZIR-LHE O QUE A MINHA ALMA
JÁ A DECORA E IMPLORA SEMPRE A MESMA PÁGINA
PORQUE TUDO EM MIM TRANSBORDA
MOLHA NÃO SECA NÃO EVAPORA 
 
C.R.G

PENA

foto de Abed drawings.
UMA PENA SER APENAS UMA PENA
UM INSTRUMENTO DE ESCRITA
RESTRITO AO CAMPO DE UMA FOLHA DE PAPEL
OU DE ALGO PARECIDO
SEDA GUARDANAPO PAPEL DE PÃO OU DE LINHO
OU AINDA PERGAMINHO
SOU UMA PENA DE OURO TALHADA
NO COBRE E NO COBRAR DOS MEUS SENTIDOS
A MINHA LETRA É LINDA MAIS AINDA
QUANDO ESCREVE VERSOS DE AMOR
SOU UM CALÍGRAFO
NAMORO AS PALAVRAS
SEM ELAS EU NÃO VIVO
E AS PERSIGO COMO AS PENAS PERSEGUEM
OS TINTEIROS PARA MERGULHAR
E INJETAR MAIS TINTASANGUE
 
 
Carlos Gutierrez
 
 
 

Calendar Girl - 1947


B&W Movies

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

COLA

foto de Poetizador.
DESCOLA UMA COLA
QUE COLE UM CORAÇÃO
ESPATIFADO
VALE TUDO
PARA ACABAR
COM A CÓLICA DAS HORAS
DESCOLA UMA COLA
GOMA ARÁBICA
TENAZ ARALDITE
OU DE FARINHA
DES COLA
D E S C O L A
UMA COLA
UMACOLA
QUE GRUDE
O QUE EU PUDE
COM O QUE EU NÃO PUDE
GRUDAR
NAS GRADES
DE FERRO
NAS GRADES RETORCIDAS LABIAIS
NAS GRADES ENTRE OS MEUS AGRADOS
E OS DESAGRAVOS
DESCOLA
UMA COLA
SE NÃO FOR LÍQUIDA
PASTOSA
ARRANJA UMA FITA
DUREX ISOLANTE CREPE
ALGO QUE ADERE
E NÃO FERE MAIS AINDA
ENTÃO UM ELÁSTICO
UMA CORDA IMPROVISADA
ARRANJA UMA COLA
QUE SE NÃO COLE
FAZ AO MENOR CALAR
 
 
Carlos Gutierrez



UM DELES EU ESCREVI

link via Literacidade.

ADONIRAN

foto de Clube da MPB.
LEGAL
 
 
No aniversário do saudoso Adoniran Barbosa, confira a biografia e o especial "Por toda minha vida" do grande compositor paulista:

>> http://euamompb.blogspot.com.br/2013/08/biografia-de-adoniran-barbosa.html
 
 
 

Fahrenheit 451 - LEGENDADO

BOB

oto de Johanna's Visions.
 
 

Jaú

foto de Jaú historia.
PARABÉNS JAÚ 160 ANOS
 
 

M.Petrucciani - Take the A train

domingo, 4 de agosto de 2013

QUE FOME!

foto de L&PM Editores.
"Que fome!" é o novo livro de Simon's Cat com desenhos coloridos

Olha só -> http://bit.ly/15jXEAX
 
 
 

HIPER REALISTA

foto de N.I.N.A {Need Imagination, Need Art}.

Dessin Hyperréaliste (Sébastien Aurionnaux) : https://www.facebook.com/SebastienAurionnauxDessinHyperRealiste
 
 
 
 
 

One More Cup of Coffee

One More Cup of Coffee
Tradução livre de uma canção de Bob Dylan

Uma xícara de porcelana sobre um pires compreensivo
aguarda o jorro do precioso líquido -
ouro negro e tão aromático -
Um café expresso espesso
encorpado sintomático
capaz de despertar todos os sentidos

Hoje eu quero passar a noite inteira sem dormir
em claro sob a luz tranquila
do chapéu da sua lembrança de vigília voluntária
O meu corpo está bem descansado
Quero inverter e subverter o tempo e natureza
pela fuga do cotidiano...

Eu quero ser o sonho dos meus sonhos
que encontre as chaves dos encantos
e afronte o que antes era labirinto
ou um irritante cubo mágico

Hoje eu quero ser o espantalho dos pesadelos
furar com os meus olhos de fogo os travesseiros
e liberar os flocos de espuma abafados
Quero lhe abraçar com os meus dedos de unhas riscantes
supunhas arames farpados
e cercar todos os seus lados...

e rasgar a seda dos meus desejos concentrados
e lhe oferecer uma xícara de café sem derramar uma gota sequer
cafeína rubiácea sobre o refil da sua pele
que se prepara para receber tudo que eu posso ser
no moer e remoer do meu ainda viver...

Me destila e sinta prazer como as papilas da minha língua
sentem ao lhe ver

Hoje eu quero ver o seu lindo rosto
refletido no fundo de uma xícara de porcelana
na borra do café que forma a figura de um destino

Carlos Gutierrez

K

ELA SABE DA VIDA
SABE TRATAR DAS FERIDAS
SABE IMPOR A SUA PERSONALIDADE
ELA É EMERGENTE
MAS PRESERVA A PROFUNDIDADE DOS SENTIMENTOS
ELA USA BONÉ SABE COMO É
ELA PODE SER ESNOBE
E PODE COMO PODE SACODE
FAZER QUALQUER CARA SE APAIXONAR
 
 
Carlos Gutierrez
 
 

Sombra e Luz

DE DIA
SOU NÚMERO
MÁQUNA
BOBAGEM
ENGRENAGEM
PLÁSTICO
CRACHÁ
ENGANO
IDENTIDADE
OSSOS
E NEURÕNIOS
PRESSIONADOS
ANGÚSTIA
ASTÚCIA
CANTOS
COBAIA
CORTÊS
SERVIL
DESCARTÁVEL
NINGUÉM
NA MULTIDÃO
PORÃO
ARQUIVO MORTO
CAIXA DE PAPELÃO
DESPREZADA
ATÉ PELO CATADOR
DE PAPEL
SOU IRRECICLÁVEL
PROJETO
SONHO
ENTRE UM CAFÉ
E OUTRO
FUGAZ
COMO UMA BAFORADA
DE CIGARRO
CAMINHOS
DISSOLVIDOS
MAL RESOLVIDOS
NO AR ABAFADO
DE UM DIA MEDÍOCRE

DE NOITE
SOU OUTRO
DERRAMO SOMBRAS
PRESAS NO DIA
ACANHADO
COMPORTADO
MONÓTONO
COMO UM BALCÃO DE FÓRMICA
DE NOITE ESTOU LIVRE
SOU REVOADA DE VERSOS
E SONHOS
DE NOITE EU
SOU ALGUÉM
EM ALGUM ABANDONO
EU SOU DONO
DE UM PEDAÇO DE LUA
DE UMA PONTA DE ESTRELA
DE UMA FAGULHA
NO UNIVERSO
DE NOITE
EU TENHO
PACIÊNCIA
DE PROCURAR O AMOR
COMO ALGUÉM
PROCURA
UMA AGULHA
NUM PALHEIRO
À NOITE
O SEU ENCANTO
FURA O MEU OLHO
DE ´PÁSSARO
E EU CANTO BEM MELHOR
QUANDO EU LAMENTO
A NOITE EU SOU A MINHA PAZ
EM LUTA
CONTRA
O MEU PRÓPRIO
E IMPRÓPRIO
TORMENTO
A NOITE
EU NÃO SINTO O PESO
DO MEU CORPO
NEM DOS REMORSOS
À NOITE EU VOO
PROCURANDO
OS SEUS PENSAMENTOS



Carlos Gutierrez

Outono

foto de Poemática.
 
 
Estou sem sono!

ele esta noite está tão longe

como está o outono!

Falta atravessar

o resto da Primavera

e todo o verão.

Só então haverá frescor nos dias,

um pouco de melancolia

e muita reflexão!

Outono lembra paz e conforto

e também renovação

as folhas secam

e forram o chão

se preparando

contra os rigores do inverno!
 
 
Carlos Gutierrez
 
 
 
 
poema em forma de outono

Sublime Momento

SUBLIME MOMENTO
 
 
 
 
 
 

Provocações - Receita para arrancar poemas presos (Viviane Mosé) - Abuja...

sábado, 3 de agosto de 2013

Mystery of Love

foto de Alif Omera.
Mystery of Love

Love is not some iron vest that can save you from heartless bullets of time or monstrosities of life. It is more like your little girl who holds you firmly after hearing unknown thunder. The girl is frail………..so weak that her arms are not able to twist even the softest of branches. But the concern of her security can trigger an immense power in you………A power so great that even ripping apart ferocious beasts with your bare hands becomes a possibility.

From the eye swamped in the vision of profit and loss, love is nothing more than few grains and a handful of foliage spread on a barren land (not even enough to satiate the hunger of a child). But on these grains and foliage, flocks and flocks of mysterious birds descend from the sky; herds and herds of creatures from unknown dimensions of the world appear from horizon. This very possibility of attracting higher life makes love the ultimate mystery that has intoxicated the minds of creative souls since the beginning of time.

Asad Ali
Painting by Jean Metzinger
 
 

Não Volta Mais

foto de Snoopy e Charlie Brown.
NÃO ADIANTA SE LAMENTAR
DO QUE VOCÊ DEVERIA TER FEITO
HÁ TEMPO ATRÁS
O QUE PASSOU PASSOU
NÃO VOLTA MAIS
NÃO ADIANTA ALIMENTAR
LEMBRANÇAS
QUE PERDERAM SUBSTÂNCIAS
E NÃO ENCURTARAM DISTÂNCIAS
E SÓ IRRITAM A GARGANTA DO CÉREBRO
NÃO ADIANTA
QUANDO VOCÊ SE LEVANTA
NÃO OLHAR A JANELA DA REALIDADE
MAS NÃO ESPANTA O SONHO
A INCONSCIÊNCIA DE UMA SAUDADE
NÃO ADIANTA BRIGAR COM O TEMPO
AMALDIÇOAR AS HORAS
O TEMPO NÃO TEM OLHOS
PARA ENXERGAR A SUA PRESSA
NÃO TEM OUVIDOS
PARA OUVIR OS SEUS GRITOS
NÃO TEM LÁBIOS
PARA SENTIR A SUA SEDE
 
 
Carlos Gutierrez
 
 
 

Se eu não durmo...

status de Snoopy e Charlie Brown.
SE EU NÃO DURMO
NÃO É POR INSÔNIA
OU QUALQUER PREOCUPAÇÃO
SE EU NÃO DURMO
É PORQUE AINDA ARRUMO
O DIA QUE AINDA NÃO SE FOI
ARRUMO AS GAVETAS
DOS MEUS POUCOS SEGREDOS
AS FOTOS QUE EU TENHO MEDO DE PERDER
AS CARTAS AINDA TÍMIDAS E ÍNTIMAS DE AMOR
SE EU NÃO DURMO
NÃO É POR INSÔNIA
POR FEBRE MEDONHA
É PORQUE ACORDADA
A MINHA VIDA SONHA
DESPERTAR COM VOCÊ AO MEU LADO
E ENFIM DORMIR
SENTIR O SONO DOS JUSTOS
SEM SUSTOS DE PESADELOS
SE EU NÃO DURMO
É PORQUE NÃO APAGUEI A SUA LUZ
 
Carlos Gutierrez
 
 
"Talvez a madrugada seja para pensar e não para dormir." - Charlie Brown.

Sol Poente

Isso Compensa.
Pílulas de literatura: Dostoievski ao sol poente

“...Inclinado sobre a água, contemplava os últimos reflexos rosados do sol poente; a fiada de casas, escurecidas pela obscuridade progressiva; uma janelinha afastada, ao longe, em qualquer trapeira, na margem esquerda, que brilhava precisamente na flama do último raio que nela batia por um instante; a água do canal que ia escurecendo e, aparentemente, olhava para essa água com maior atenção. Finalmente alguns circulozinhos vermelhos dançaram diante dos seus olhos; as casas foram-se à deriva; os transeuntes, as margens, as carruagens... tudo aquilo se pôs a dar voltas e a bailar na sua frente. De repente estremeceu, liberto talvez da vertigem por um espetáculo selvagem e horrível. Parecia-lhe que alguém estava a seu lado, à sua direita, ombro a ombro; voltou o rosto e viu uma mulher alta, de chapéu na cabeça, o rosto amarelo, afilado, vincado e os olhos inflamados, encovados. Olhava-o nos olhos; mas era evidente que não via ninguém. De repente, apoiou a mão direita no peitoril, levantou o pé direito e subiu para o gradeamento de ferro, depois do que fez o mesmo com o pé esquerdo, e atirou-se ao canal. A água suja chapinhou e engoliu a vítima num instante; mas passado um minuto, a afogada tornou à superfície, a corrente foi-a levando suavemente para baixo, com a cabeça e os pés mergulhados e o tronco para cima com as saias, sopradas e flutuantes, fazendo balão.”

DOSTOIEVSKI. Crime e Castigo. Cap. V.

Imagem:
René Magritte. Le Mal du Pays. 1940.

www.issocompensa.com
www.facebook.com/issocompensa
 
 
 

DESGASTE

foto de STAEDTLER Brasil.
 
 

VULTO

foto de StreetArt in Germany.
você passa
atravessa o outro lado
me ignora
não dá bola
só me dá fora
então eu fico na minha
escondo meu rosto
seguro a minha lágrima
aperto a espinha de outrora
paro no meio da escada
entre o subir e o descer
não posso aparecer
então viro um degrau oculto
um passo em falso
uma sombra apenas
feito vulto
 
 
Carlos Gutierrez
 
 
 
Unknown Artist
Info: ?
Image via Streetart retards
#Inspiration
 
 
 

ESCANCARE

foto de Pêssega d'Oro.

ESCAPA DA SUA CAPA
FUJA DA SUA MOLDURA
ESCANCARE
A VIDA É SUA
SOE VOE
NINGUÉM TEM NADA A VER COM ISSO
MOSTRE O SEU VIÇO
EXPRESSO DE POESIA
 
 
Carlos Gutierrez
 
 
 
no ar, pessegóides!

Para participar do nosso joguete literário, é só escrever QUALQUER frase (pode ser o primeiro absurdo que passar pela sua cabeça!) nos comentários dessa postagem e curtir as que mais te agradam.
Depois de 30 minutos, o João Pedro Doederlein (poeta da nossa página parceira "Contos Mal Contados") irá pegar as 3 frases mais curtidas por vocês, e fará 3 poesias exclusivas a partir delas, em pouquíssimos minutos.

BÓRA COMEÇAR?
 
 
 

Flijaú

foto de Comércio do Jahu.

Confira a programação atualizada do Flijaú:
 
 
 

"Noites Brancas", de Fiodor Dostoiévski

foto de Revista Bravo!

[Artes Visuais] - Literatura Ilustrada - Museu Lasar Segall é cenário de mostra inspirada no livro "Noites Brancas", de Fiodor Dostoiévski. http://abr.io/J4no
 
 

Bob Dylan

foto de Life.com.

Bob Dylan, the Concert for Bangladesh, Madison Square Garden, 1971.

See more photos here: http://ti.me/166Jdgd

What's your favorite Bob Dylan song?

(Bill Ray—Time & Life Pictures/Getty Images)
 
 

LUTO

foto de Armando Antenore.

o que é bom e consistente termina logo...o conteúdo se dissolve na aparência
A Abril Mídia divulgou hoje, oficialmente, o fim da revista BRAVO! em todas as plataformas. A publicação – uma das únicas no país dedicada exclusivamente às artes, onde trabalhei entre agosto de 2005 e julho de 2013, como editor-sênior e redator-chefe – nasceu em outubro de 1997. Estava, portanto, à beira de completar 16 anos. Foi criada numa pequena editora de São Paulo, a D’Ávila, já extinta, e migrou para o grupo Abril em janeiro de 2004. Quando chegou à seara dos Civita, desfrutava de prestígio, mas padecia de má saúde financeira. Não sei dizer quanto dava de prejuízo à época. Só sei que, na Abril, o quadro não se alterou substancialmente, mesmo quando o título adotou uma linha editorial um pouco mais pop, um pouco menos “cabeça” que a de origem.

Com todos os defeitos que pudesse ter – e que realmente tinha, à semelhança de qualquer publicação –, BRAVO! não perdeu o respeito do meio cultural. Havia divergências de vários artistas e intelectuais em relação à revista. Os próprios jornalistas que passaram pela redação nem sempre concordavam 100% com a filosofia do título, ditada obviamente pelos donos. Uns o acusavam de conservador, outros de elitista, superficial ou condescendente demais. Mas havia também muita gente boa que gostava de nossas edições. O fato é que mesmo os opositores jamais recusaram sair nas páginas de BRAVO!. Quem trabalhava para a publicação raramente ouvia um “não” quando fazia pedidos de entrevista. Até Chico Buarque, famoso por se expor pouquíssimo na mídia, topou protagonizar uma capa junto de Caetano Veloso (deixou-se fotografar, mas não abriu a boca, convém lembrar). Todos, de um modo geral, reconheciam que a publicação buscava primar pela seriedade.

Mesmo assim, em termos comerciais, BRAVO! nunca gerou lucro – pelo menos, não na Abril (como disse, desconheço os números da D’Ávila). A revista, embora contasse com o apoio da Lei Rouanet, operava no vermelho. Em bom português, dava prejuízo – ora de mihões, ora de milhares de reais. Por quê? Vejamos:

1) BRAVO! dispunha de poucos leitores? Sim e não. A revista contava com cerca de 20 mil assinantes e 8 mil compradores em bancas e supermercados. Vinte e oito mil pessoas, portanto, adquiriam a publicação mensalmente. Se levarmos em conta os parâmetros do mercado publicitário, cada exemplar tinha, em média, quatro leitores. Ou seja: uma edição atingia algo como 112 mil pessoas. No Facebook, a publicação contava com 53.600 seguidores e, no Google +, com 30.900. Eram índices desprezíveis? Depende. Em comparação com revistas de massa, a maioria editada pela própria Abril, os números de BRAVO! nem chegavam a fazer cócegas. Mas, considerando que o título se voltava para um nicho relativamente restrito, o da alta cultura mais sofisticada, as cifras não parecem tão ruins. Em geral, BRAVO! falava sobre manifestações artísticas que, mesmo se destacando pela qualidade, não atraíam público quantitativamente significativo. A revista dedicava quatro, seis, oito páginas para filmes como "Tabu", do português Miguel Gomes, exposições como a retrospectiva de Waldemar Cordeiro no Itaú Cultural, livros como "O Erotismo", de Georges Bataille, peças como "A Dama do Mar", de Bob Wilson, e espetáculos de dança como "Claraboia", de Morena Nascimento. Procure saber quantas pessoas viram tais filmes, mostras e espetáculos ou leram tais livros. Cinco mil, 10 mil, 20 mil? Como BRAVO! poderia ter zilhões de leitores se o universo que retratava não tem zilhões de consumidores? A publicação, por sua natureza, enfrentava o mesmo problema que amargam todos os artistas do país dispostos a correr na contramão dos blockbusters.

2) BRAVO! perdeu leitores em papel com o avanço das mídias digitais? Perdeu, seguindo uma tendência internacional. A perda, no entanto, não se revelou tão expressiva e ocorreu num ritmo menor que o de diversos títulos.

3) Era mais caro imprimir a BRAVO! do que outras revistas? Sim, bem mais caro, por causa de seu formato e de seu papel, ambos incomuns no mercado.

4) BRAVO! tinha poucos anúncios? Sim. Raramente, a publicação cumpria as metas da Abril nesse quesito. O motivo? Falhas internas à parte, os grandes anunciantes costumam demonstrar pouco interesse por títulos dedicados à “alta cultura”. “O leitor de revistas do gênero, sendo mais crítico, tende a frear os impulsos consumistas”, explicam os publicitários, nem sempre com essas palavras. Pela mesma razão, tantos cantores, artistas visuais, produtores de teatro e bailarinos encontram sérias dificuldades para captar patrocínio.

A soma de tais fatores tornava BRAVO! deficitária. Ao longo dos anos, tentaram-se diversas medidas para estancar o sangramento. O número de páginas da revista diminuiu de 114 para 98; as datas em que a publicação rodava na gráfica da Abril se alteraram algumas vezes com o intuito de reduzir os custos de impressão (é mais barato imprimir em certos dias do mês que em outros); a redação encolheu; os projetos gráfico e editorial sofreram ajustes; criaram-se ações de marketing pontuais na esperança de aumentar a receita publicitária. Cogitou-se, inclusive, mudar o papel e o formato de BRAVO!. O publisher Roberto Civita (1936-2013), porém, sempre vetou a alteração. Acreditava que fazê-la descaracterizaria em excesso a revista.

A Abril poderia ter insistido um pouco mais? Pecou por não descobrir jeitos inovadores de sustentar a publicação? É difícil responder – em especial, a segunda pergunta. A crise está instalada na imprensa de todo o mundo. Gregos e troianos dizem que a mídia tradicional precisa se reinventar. Eu também digo. Mas qual o caminho das pedras? Não sei. No máximo, posso arriscar uns palpites. E seguir investigando, e seguir apostando. O mesmo vale para os empresários da comunicação.

Gostaria que a edição de agosto não fosse a última de BRAVO!. Entristeço-me com o fim da publicação porque aprecio muitíssimo a arte. Filmes, livros, peças, músicas, instalações, pinturas, balés e quadrinhos me ensinaram mais sobre viver do que a própria vivência. No entanto, não bancarei o viúvo rancoroso. Não lamentarei a baixa escolaridade do brasileiro, o pragmatismo dos publicitários e dos patrões, o advento da revolução digital. Tampouco abdicarei de minhas responsabilidades frente aos erros e acertos da revista. Fiz e ainda faço parte do complexo jogo em que a mídia se insere. Procuro encará-lo com amor, senso crítico e serenidade. Nem sempre consigo, mas...

De resto, queria agradecer tanto à Abril quanto a todos os leitores e profissionais (artistas, editores, repórteres, críticos, ensaístas, designers, ilustradores, fotógrafos, assessores de imprensa, executivos, vendedores, secretárias, motoristas e motoboys) que tornaram possível tão longa e inesquecível jornada.

Abaixo, a capa de nossa última edição, que chega às bancas na segunda- feira: