POESÓ

TUDO PODE VIRAR PÓ
OU
POEMA





















terça-feira, 17 de junho de 2014

ATÉ MAIS VER

Até Mais Ver

Vim te visitar de mãos abanando,
sem um mísero vintém de frase feita,
nenhum tostão poético
mas não pude deixar de bater à sua porta,
pisar na grama verde do seu jardim,
abrir o portão pesado,
ruído pelo tempo
- foi intensamente irresistível,
dizer da noite quente,
do dia cheio,
do prato na mesa.
Não vim trazendo novidades
tão pouco a medida do bonfim,
sei lá, só queria vir
ver de canto, seu canto - cantar.
Foi de súbito, visita breve.
Foi olhar no seu muro,
reprimir a vontade, em vão,
abrir portões,
cheirar as flores,
atravessar suas roupas
e invadir sua alma épica
pra dizer boa noite, noite boa.
Sem cálculos ou demoras.
Farei agora o inverso do caminho.
Até mais ver!

Desirée Gomes






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