O AMOR É PAR
Rapidamente desenho a giz
a superfície da vida em quadrinhos
A renúncia intuída de um beijo estréia a rebeldia
e num tropeço o chapéu ao chão indaga as respostas
Surdamente decola a usada Bossa Nova, chave a delicadeza
molhando os ouvidos de ausência frequentada
e versos demitidos
Rapidamente faço ecoar a vitrola
um mundo real, empoeirado pelos furacões temperos
Abro a caixa de memórias, nem grande nem pequena
as arestas das lembranças suavizadas por aromas contemplados
espio como se o passado fosse só nosso.
Rapidamente falo
e o sabor da conversa se localiza na grafia
freneticamente barganho o silêncio alto
Piano sórdido, vozes e janelas
as emoções correm não sei para onde
sob o viaduto sintetizado constrói a ameaça, um pouco sentimental
Devagar fito e meço
ângulos oblíquos extremos dessa longitude
sem mistério e fatídico
o amor é par!
Desirée Gomes
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