POESÓ

TUDO PODE VIRAR PÓ
OU
POEMA





















quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Sublime Semblante

Sublime semblante 
 cerradas peles pálpebras persianas 
todo o reflexivo resguardar 
o olhar para dentro 
ventre dos pensamentos 
decifrar o tempo 
inflar memórias 
soprar o vento presente 
soltar o futuro 
qual um clandestino balão no céu 
sonho seu sonho

encontrar um guardanapo de papel 

absorvente de vida breve 
que esfarela ao contato dos lábios 
e o aproximar marfim dos dentes 
ou de um trapo que guarda bordadas memórias 
e lhe escrever de rompante o que ainda é ébrio 
e que pode ser poeticamente bêbado alucinante 
solúvel nos olhos de Toulose Lautrec

na cortiça da rolha preservar o sangue do vinho 

e apurar o desejo da jarra 
o jorro a fonte íntima 
o espocar das horas 
o borbulhar frisante 
que se infiltra 
entre as velas pálidas e amarelas da taberna rósea caverna

no processo de um poema 

nos versos instantâneos 
na areia semântica 
na face cujo reverso é tão sublime quanto antes 
no poema presente POEPREMENTE 
no verso puro futuro sem memórias


Carlos Gutierrez

Nenhum comentário:

Postar um comentário