ACOSSADOS
Brincávamos de gato e rato
entre fugas e adiados encontros
Estávamos mais do que prontos
maduros e maleáveis
e mesmo assim despreparados
insaciáveis e insociáveis
Cometíamos pequenos delitos
administrávamos conflitos
consistências e bobagens
Brincávamos de gato e rato
olhávamos os arredores
os cenários delineados
mas não ocupados de fato
Sabíamos que um gato tem sete vidas
e um rato mil fugas
previsíveis e insólitas escapulidas
e que ambas têm paixões prematuras
nos subterrâneos e nas alturas
e se expõe nas ruas
em fogem em telhados e tubos
buracos cavidades
as suas vidas se permeiam
em descontinuidades e fragmentações
e assim o imitávamos
brincando de gato e camundongo
prá não dizer rato rasteiro repugnante
prá rimar com bongos do Congo
ou tambores longos que interpretam banzos
Brincávamos de felino e roedor
enquanto um mostra as garras
as unhas de ataque e furor
o outro procura um canto qualquer
no rodapé
para proteger o inocente amor
que julga ter
E ambos acossados
pela posse e pelo desapego
em pelos eriçados
ou suavemente penteados pelo medo
mantinham todos os seus segredos
menos um
o desejo de encontro
em algum lugar
que possa ser incomum
um lugar que não possa incomodar
e acomodar agora e depois
o desejo de nós dois
Brincávamos de gato e rato
alternávamos as personagens
às vezes eu era o gato selvagem
dando pulos por aí
mimoso miando
quebrando telhados
enfeitiçando estrelas
às vezes eu era o o rato repelido
dando sustos por aí
Gritos inesperados
e a perseguição que parece
jamais terminar
Estamos predestinados
e mesmo acossados
sabemos que não podemos mudar
as nossas naturezas
e os nossos instintos
O gato comum
ou de raça
persa ou angorá
sempre feio será
a qualquer pássaro
e o rato apenas bonito
em um desenho animado
e a vida Tom e Jerry prossegue
em tom cinza e clima gélido da cidade
Um gato de cartola
que cometeu um recente delito
convida para assistir um filme de Godard
uma ratazana Bailarina
que mora no sebo ao lado...
e nem parecem ser
acossados
Brincávamos de gato e rato
entre fugas e adiados encontros
Estávamos mais do que prontos
maduros e maleáveis
e mesmo assim despreparados
insaciáveis e insociáveis
Cometíamos pequenos delitos
administrávamos conflitos
consistências e bobagens
Brincávamos de gato e rato
olhávamos os arredores
os cenários delineados
mas não ocupados de fato
Sabíamos que um gato tem sete vidas
e um rato mil fugas
previsíveis e insólitas escapulidas
e que ambas têm paixões prematuras
nos subterrâneos e nas alturas
e se expõe nas ruas
em fogem em telhados e tubos
buracos cavidades
as suas vidas se permeiam
em descontinuidades e fragmentações
e assim o imitávamos
brincando de gato e camundongo
prá não dizer rato rasteiro repugnante
prá rimar com bongos do Congo
ou tambores longos que interpretam banzos
Brincávamos de felino e roedor
enquanto um mostra as garras
as unhas de ataque e furor
o outro procura um canto qualquer
no rodapé
para proteger o inocente amor
que julga ter
E ambos acossados
pela posse e pelo desapego
em pelos eriçados
ou suavemente penteados pelo medo
mantinham todos os seus segredos
menos um
o desejo de encontro
em algum lugar
que possa ser incomum
um lugar que não possa incomodar
e acomodar agora e depois
o desejo de nós dois
Brincávamos de gato e rato
alternávamos as personagens
às vezes eu era o gato selvagem
dando pulos por aí
mimoso miando
quebrando telhados
enfeitiçando estrelas
às vezes eu era o o rato repelido
dando sustos por aí
Gritos inesperados
e a perseguição que parece
jamais terminar
Estamos predestinados
e mesmo acossados
sabemos que não podemos mudar
as nossas naturezas
e os nossos instintos
O gato comum
ou de raça
persa ou angorá
sempre feio será
a qualquer pássaro
e o rato apenas bonito
em um desenho animado
e a vida Tom e Jerry prossegue
em tom cinza e clima gélido da cidade
Um gato de cartola
que cometeu um recente delito
convida para assistir um filme de Godard
uma ratazana Bailarina
que mora no sebo ao lado...
e nem parecem ser
acossados
Carlos Roberto Gutierrez
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