POESÓ

TUDO PODE VIRAR PÓ
OU
POEMA





















terça-feira, 14 de agosto de 2012

Copo de Vidro

Num copo de vidro


lançei um olhar


Olhar tão profundo


eu lançei sem imaginar


que em poucos instantes


o líquido tão excitante


fôsse me dominar


me embriagar.








Na mesa afastada


bebi o amargo do passado


a angústia do presente


e o temor do futuro.








No bar tão escuro


saudades e lágrimas


se misturam


no coquetel da desilusão.








E sem consciência,


sem direção


bebi sem parar


na sêde de encontrar


um motivo,um sonho,


um alguém para amar.








O bar vai fechar


sou o último a sair


na mesa um sonho, um pedaço, um resto de mim


e um copo de vidro vazio e tristonho


que assiste com frieza o meu quase fim.








Caí em mim mesmo


na sarjeta da vida,


no delírio de uma paixão tolhida.


No porre mais uma fuga,


mais uma adiada despedida.


Carlos Gutierrez

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