POESÓ

TUDO PODE VIRAR PÓ
OU
POEMA





















sábado, 15 de setembro de 2012

On The Road

Entre o movimento e o repouso
recuo ou ouso
dispenso a amnésia da inércia
e acompanho on the road
a estrada estranha

como se fõsse o derradeiro dia da minha vida
Tenho pressa!
e não interessa
o tamanho da ferida
se bater colidir
esfolar machucar
tratarei como românticos hematomas
e prosseguirei sem leis
até que a morte me apanhe
on the road
Idas encontros Espantos
voltas e lamentos
Tudo na vida muda
e perdemos irremediavelmente o rumo
A Estrada nos atraí para um lado
e nos atira na cara
toda sorte de detritos
flocos de asfalto derretidos
lascas de borracha de pneus enfurecidos
precocemente calvos
latas contorcidas de alumínio
com gotas amargas de cerveja
sobreviventes como ácidas lágrimas
testemunhas metálicas de pequenos delitos
O tempo não nos espera
O t empo é sempre uma estrada sobre estrada
que não sabemos reta ou curva
hoje eu preciso correr feito James Dean
para absorver o seu encanto sem fim
e se alguma barreira encontrar
sem pestanejar vou desferir
on the road
um murro no desleixo
do queixo do meu destino
on the road...


Carlos Gutierrez

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