Desliza sobre os meus lábios uma prateada gaita
e em cada filete percorrido
sentido em sons e lágrimas
confissões, revoltas e mágoas
em cada filete um degrau da infinita escada
que eu subi, tropecei e retornei em minha vida!
Desliza sobre os meus lábios uma prateada gaita,
ora com o gosto amargo de um beco escuro do Harley,
ora com o gosto do beijo da mulher amada
que entendeu os meus percalços durante a jornada
e estendeu a mão, quando eu estava caído na sarjeta
da mesma forma que dividiu os seus braços, quando eu estava no auge!
Só você sabe do meu medo e da minha coragem!
Só você sabe quando eu sou fadiga e quando eu sou viagem!
Só você sabe quando eu sou sossego e quando eu sou aventura!
Desliza sobre os meus lábios uma gaita prateada,
trazendo a sombra de uma árvore perdida na infância
e toda a algazarra das estrepolias da juventude
com toda sua inquietude e anarquia
toda a desarmonia que só uma harmônica pode entender e interpretar
e louvar os tenros frutos da maturidade!
Desliza sobre os meus lábios uma gaita prateada!
Carlos Roberto Gutierrez
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