POESÓ

TUDO PODE VIRAR PÓ
OU
POEMA





















domingo, 25 de maio de 2014

A LOST DAY

A Lost day
As oito horas e dez minutos, via a cidade de certa altitude
Ansiedade do caminho: apertar os cintos.
Para esquentar os lábios: pedi café
Acompanhado do sempre cigarro tragado.

A roer unhas, ensaio os argumentos
E me ponho a espreitar rostos de desembarque
Como que saídos de um embrulho rasgado, até a surpresa
O moço do chapéu e camisa xadrez, a mastigar meu sorriso.

O casaco preto e branco será em vão, já que o calor vem da pele.
Entro no carro, as ruas da cidade quadrada: explodem lembranças
Sentada, o ouvia pelo caminho: perfeito imperfeito.
Dois mundos se reencontram, eu, perdida em seus dedos.

Presente recebido, peculiaridade inesquecível!
Depois do desacostume o dia passa rápido
A despedida é molhada, traz gosto de novos ruídos
Pudores ao chão e abraço sustentando amor destemido.

Volto a apertar os cintos
Os céus agora abrigam ao meu coração batidas sinuosas
E, rimando o dia prateado, degusto detalhes leoninícos
Com sapatos rangendo calçadas, mando beijos litorâneos.





Desirée Gomes





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