POESÓ

TUDO PODE VIRAR PÓ
OU
POEMA





















domingo, 18 de maio de 2014

METRÓPOLE

METRÓPOLE

Na metrópole
contar passos e compassos
salto alto em equilibrio no beco escuro
esperar o enlace na cintura
pisar no impisável.
A ausência tem efeito contrário
não dorme!
olha da janela os ventos altos
mastigando silêncios
costura rajadas de lembranças
ao delírio de quem conta carneiros
Trânsito com contagem regressiva
lastimando um alfabeto esquecido
contudo, organizado ao som de tamancos
e badalos vorazes
estopim marcando a letra da construção
luzes de automóveis riscam a paisagem
e buzinas em repouso
Na varanda um tilintar total que seduz,
um jazz que não é mudez
apresentada com açúcar e morangos
a face descoberta ao anoitecer
recua da trama passional
tomando a cidade as duas mãos,
contrafluxo.
Cortinas fechadas,
o assobio cantarola:
amo a ti em tantas outras faces!

Desirée Gomes
 
 
 

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