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OU
POEMA





















segunda-feira, 12 de maio de 2014

ESPAIRECER

ESPAIRECER

"A solidão é meu cigarro, amor isqueiro.

É cedo!
Meus olhos vêem o céu-café da manhã
Cadeira, óculos e livros,
o sol derrete logo.
A boca comporta um vermelho algo:
carimbo em rosto de concreto.
Sentei-me na sarjeta.
Fiz uma frase rústica
Tapei os olhos, pra ver-te.
Duas frases rústicas
"A solidão é meu cigarro, amor isqueiro.
Você longe, saudade já me venceu. "
Vou gentilmente lhe remeter saudades minhas
Receba-as como beija-flor na janela.
É breve. Recordações!
A bruma de lembranças
pesa mais que a cruz em meu ombro
Pigmenta o coração com cores que não sonhei.
Pensei em fugir para nosso jardim
A reabilitação me tomou a poesia,
nunca mais fui até lá
Sinto falta das flores.
Do tango na madrugada.
Revoada de sonhos.
Quem me vê aqui, ainda sentada,
jura que não sei amar...nem hipnotizar
O caderno de capa verde sabe que sei:
"Que sinceridade ter coragem de escrever um nome, assim!".
Tenho tanto pra lhe dizer!
Palavras que venham me fazer sorrir depois.
Receba essa rosa-saudade,
sem espinhos, com perfumes, carinhos, açúcares e sabores
Em preto e branco, como Brigitte Bardot que acena num filme antigo.
Três frases rústicas
"A solidão é meu cigarro, amor isqueiro.

Desirée Gomes

Você longe, saudade já me venceu.
De maracujá, beijos "

— com Desirée Gomes.
 
 

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